Algumas pessoas ficam confusas quando me perguntam sobre o meu altar, e respondo que não tenho....Eles ficam com muitas duvidas referente eu um bruxo não ter um altar, aqui estarei explicando um pouco sobre a minha visão sobre altares dentro do meu caminho antigo.
"A palavra altar é proveniente etimologicamente do latim altus que significa elevação. Tal palavra é consagrada à religião, na qual oferendas ou sacrifícios são feitos nessa estrutura."
Deu pra entender um pouco né, sobre o significado da palavra ALTAR.
Para que você possa entender o meu lado da vassoura, você terá que entender sobre o meu caminho dentro da antiga arte, muitos são caminhos individuais, caminhos pessoais, caminhos onde somente o seu coração vai te guiar perante a floresta dos mistérios.
Meu caminho se passa entre as antigas práticas campestre, praticas onde está enraizado no folclore local, saberes populares que uns consideram como imaginação, porém um tempo essas imaginações eram reais;
Os Deuses são vivos em cada manifestação da Natureza, honro os Deuses da chuva, do sol, e da lua, os Deuses da força e do prazer, os Deuses da proteção e dos sonhos, os Deuses das encruzilhadas, e os Deuses de chifres, eles são a natureza.
Uma arte que não precisa de instrumentos formais, e sim de instrumentos emocionais onde eu alcanço a perfeição da fé através da dedicação, do amor, da prática e da humildade, uma arte que se brota na terra, no vento, no mar ou no Fogo Sabático que queima entre as encruzilhadas.
Chamo de Ofício, Arte, Caminho sem Nome, ou simplesmente de Bruxaria a arte das bruxas , elas sempre foram boas em artes, de tecer, de cantar, de cozinhar, entre outras e principalmente a arte do amar.
Essa Arte não precisa de altares, pois o seu próprio corpo carrega sim todos os instrumentos que precisará entrar em comunhão com o Sagrado, seja pelo Sexo ou pelo Amor.
Eu tenho o ar que é o meu sopro, a minha terra que é o meu corpo, á agua a saliva, e o Fogo o sangue....Este é o Fogo que mantém a chama
acesa da ligação com meus Ancestrais, com os Deuses, e com o Chifrudo.
Esta Arte se concentrar em uma coisa só aqui e agora, seja numa encruzilhada numa lua cheia, ou numa praia num sol incandescente, não importa onde eu estou sempre estarei em comunhão com o Sagrado, com o Chifrudo, com os Deuses pois dentro de min flui tudo que preciso.
Altar é uma questão pessoal de cada um, uma questão religiosa, de religare ,de religar à algo que foi desligado.
As Bruxas quando reencarnam pra esta vida terrena, elas trazem consigo a Marca em sua alma, seja qual for a sua marca....ela sempre estara conectada ao Sagrado direto, ela Caminha entre os Mundos, ela tem permissão para acessar a Mansão dos Mortos, e os Mundos Superiores.
Ela possui um contato intímo com o Chifrudo, seja qual for a mascara que ele usa...seja de Pã, de Díonisio, de Kernunos, ou Diabo, elas sempre vieram do Caminho sem Nome, e carregam em si a Fé Tribal, a Fé que mantém o Fogo na Encruzilhada acesa.
Meu Altar é o meu corpo, meu chão, minha rua, minha Igreja, minha pedra; Meu altar é a encruzilhada, é em cima do túmulo de meus Ancestrais, é debaixo de uma árvore; Meu altar é dentro do circulo de pedras, a terra profunda, a minha mesa de jantar; Meu altar é quanto bate meia noite, ou noite de lua cheia, ou dia de sol do meio dia; Meu altar é onde queima o Fogo do Sabá, ou onde encontra o Diabo Meu altar é onde eu sinto bem, é onde se faz presente o meu corpo; Meu altar é onde faço Amor. Meu altar é onde a Natureza viva se faz presente.
Já tive muitos altares, hoje em dia qualquer canto faço meu altar um lugar de oferendas e sacrificios, lugar de comunhão com o invisivél.
Bençãos e Maldições a ti.
Felipe Cunha
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