As penas são consideradas como objetos de poder mágico versátil, estende o seu uso para diversas finalidades na construção de amuletos, charmes, rituais e objetos ritualísticos podendo ser encontrado o seu uso em diversas tradições de magia popular e bruxaria ao redor do mundo. Além de serem usados como ornamento corporal contendo significado cultural, religioso e hierárquico dentro das aldeias dos povos nativos de Pindorama. As penas para esses povos expressa a beleza, elegância e ligação com os planos espirituais.
As vezes usadas como ingredientes outros como um pequeno encanto quando são encontradas próximos de ninhos ou caídas no caminho, elas são guardadas por colecionadores e pelos praticantes mágicos para serem usadas no momento ideal. O elemento correspondente é o ar, o que rege os ventos, a fala, intenção, vontade e inspiração são alguns atributos ligados ao ar. Procuramos sempre usar as penas dos animais quando esses são encontrados mortos ou encontrados no chão próximo do local que o animal encontra-se.
Quando o assunto é feitiçaria brasileira, estamos cheios de pássaros considerados encantados e mágicos que são usados para fins mágicos e como amuletos é usados suas penas, entre os mais difundidos é as penas do Uirapuru que são amuletos amorosos para os homens serem irresistível e para as mulheres serem elegantes e cobiçadas atraindo olhares muitos consideram a pena do uirapuru como amuletos de boa sorte, felicidade e sorte nos negócios. Outra pena considerada de força mágica e as penas do Anu-preto, o pássaro carrega uma forte inclinação para a pratica de feitiçaria pois ele é considerado o "Porteiro das Sombras" e quando o anu pousa em seu telhado ele levará a alma de quem morrerá em breve, pois suas penas além de serem usadas como amuletos de proteção também podem ser usadas para levar malefícios para os inimigos como feitiços de morte ou enviar espíritos malignos para atormentar os seus inimigos. Outra pena considerada mágica e do pássaro encantado conhecido como Peixe-frito (Tapera naevia), o mesmo leva o nome conhecido como saci suas penas conforme o folclore concedia invisibilidade , então usando o conhecimento popular pode ser usado para construção de amuletos para ser "invisível aos olhos dos que persegue, dos ladrões, dos assaltantes e dos inimigos". Penas de urubu é usados na magia para fins de matar seus inimigos, muito do que sabe do urubu é que aqui no Brasil ele é considerado uma ave de mau agouro, tanto que as pessoas antigas tinham medo de que um urubu pouse no telhado era sinal de quem em breve alguém morrerá, as suas penas são usadas para fabricar um tipo de "pó" para fins de matar através da bruxaria.
As penas de Saracura são abençoadas pela Virgem Maria por ter sido a ave que ajudou a mesma a fugir do Rei Herodes apagando as suas pegadas com o seu ciscar, por isso as penas de Saracura trazem boa sorte e proteção a quem tem elas como encanto. Outra pena que é capaz de atrair miséria quando é colocadas escondidas amarradas em número impar com fio preto é as penas de pombo, quando mais escuro melhor, os pombos é considerados uma praga.
Como sabemos as penas carregam os poderes que são atribuídos aos pássaros e as aves, assim sendo ingredientes na construção de algum encanto ou amuleto. Desde da Idade média o uso de penas na bruxaria é popular embora que a pena pode ser eficaz do que realizar um grande ritual. Um dos objetos mais popular usando as penas é a "Escada de Bruxa" que também recebe o nome de "Corda e Pena", onde foi encontrada em uma velha casa em Somerset na qual consistia uma corda com penas amarradas nela que era usado segundo Anna Tylor a esposa do antropólogo Edward Burnett Tylor que era para " Tirar o leite de vacas do vizinho e para matar gente".
O folclorista Charles Godfrey Leland em seu livro Etruscan Magic and Occult Remedies nos dá pista de uma magia realizada com um cordão que contenha penas de galinha preta que era usada para amaldiçoar as pessoas que popularmente era chamada de "Guirlanda de Bruxas", enquanto cada nó era feito levantava voz para uma maldição e depois é colocado debaixo da cama para causar o desejo pela intenção da bruxa que conseguiria trazer resultados se no momento tiver junto uma pequena imagem de uma galinha feita de algodão e uma cruz de alfinetes pretos feito a melhor coisa é ser escondido dentro do colchão ou do travesseiro, isso poderia trazer morte, e azar para quem foi destinado o feitiço.
Um encanto popular foi descrito no julgamento de Isobel Gowdie uma famosa bruxa escocesa que teve seu julgamento detalhado e entre seus encantos registrado com o uso de uma pena.
“Quando meu marido vendia gado, eu costumava colocar uma pena de andorinha no couro do animal e dizer três vezes:' Eu mando esta carne em nome do Diabo, que venha muita prata e bom preço. "
- Isobel Gowdie durante uma de suas confissões.
Um dos usos medievo das penas era que foram usadas como canetas para a escrita, a sua ponta preparada para obter a escrita, muitos praticantes tradicionais prefere obter uma pena para escrever seus encantos inscritos, desenhar símbolos e outros escritos mágicos.
Na foto abaixo podemos ver uma mascara feita de pena que encontra-se nos objetos mágicos no Museu de Bruxaria e Magia em Boscastle, a mascara é feita de pena de pavão no centro que pode ser uma representação do "terceiro olho" dando a bruxa que vestir a mascara os poderes da Visão. Cecil Williamson nos dá o seguinte dizer.
"Na bruxaria, encontramos constantemente relatos de bruxas se transformando ou assumindo formas animais. Daí as máscaras do Diabo, o cavalinho de pau e inúmeros outros exemplos ... A máscara facial dessa bruxa do sudoeste , formada por penas de galinha e encimada por uma pena de pavão, está repleta de simbolismo mágico. Apresentado ao Centro de Pesquisa de Bruxaria (o Museu) por uma bruxa da Cornualha que vive e trabalha na área de Praze-An-Beeble da Cornualha. ” Cecil Williamson
Uma ferramenta de bruxaria do praticante mágico da Cornualha é chamado de Varredor, onde consiste uma união de penas de ganso unido por um fio vermelho e cera que é utilizado na pratica da varredura uma técnica de magia protetiva ou amaldiçoadora sendo possível varrer a boa sorte de um lugar para outro ou a varredura de uma doença de uma pessoa ou animal. Conforme descreve Gemma Gary em seu livro intitulado Traditional Witchcraft, The Book of Ways Cornish ela descreve a criação e o uso da ferramenta.
Fontes:
Museu de Bruxaria e Magia de Boscastle
Traditional Witchcraft The Book of Ways Cornish - Gemma Gary
The visions of isobel gowdie: magic, witchcraft and dark shamanism in seventeenth-century scotland - Emma Wilby
Dicionário do Folclore Brasileiro - Câmara Cascudo
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