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A Bússola da Bruxa, um legado da Arte Tradicional

O local onde o mundo do natural encontra o mundo do sobrenatural, tornando-se assim a porta de entrada por onde flui o poder. The Roebuck in the Thicket: An Anthology of the Robert Cochrane Witchcraft Tradition - Evan John Jones , Robert Cochrane


Dance Witch


Os rituais são trabalhos mágicos que ligamos profundamentos os atos da magia e da bruxaria na qual percorremos o caminho, esses mesmos rituais faz a ligação ser fina entre a bruxa e o Outro Mundo assim criando a comunhão espiritual entre os três reinos o de cima, do meio e de baixo; os ritos fundamentais do Ofício Tradicional se concentram em vários mas existe três que são importantes e são conhecidos entre as suas variadas formas ritualisticas trabalhadas entre os ramos Tradicionais do Ofício e eles são criações de Robert Cochrane fundamentadas no folclore da feitiçaria e das bruxas, a Rodada da Bússola, o Pisar do Moinho e o Housel.


O ritual feito pela mão da bruxa tradicional é simples, selvagem e emocionante quando está no centro do " Acre do Diabo" o centro do local onde a bruxa pisa com seus pés e eleva a esfinge do Velho Deus de Chifres. A simplicidade do ritual não o torna pobre de poder e nem de conexão com as forças espirituais ali conjuradas, mas ela se torna poderoso com a união da Serpente Vermelha, a Chama astuta da Feiticeira junto com a chama espiritual do Outro Lado.


Ao longo de meu caminho dentro da bruxaria descobrir que os espíritos que firmei pacto são mais receptivo com o andar de meus pés ao redor de uma mangueira uma árvore poderosa dentro de meus ritos entoando palavras "desconhecidas" mas produzem um sentido de ligação e honra do que dentro de uma sala com um altar com várias ferramentas com um papel escrito com as palavras que devo dizer perante um circulo traçado. A força do ritual não está nas palavras decoradas mas sim nas palavras que vem do coração puro da feiticeira, a simplicidade do ritual de uma bruxa tradicional mistura a emoção que exala de seu corpo quando esta encontra-se a estrada do Outro Mundo, junto a ti a selvageria quando se entrega a força espiritual que está presente.


A selvageria do ritual é o processo que une a força primordial da natureza com a força da feiticeira, a natureza é selvagem, a bruxa é selvagem, a bruxaria é selvagem. Assim quando estou de pé no centro da encruzilhada e conjuro a força que quero que esteja presente dizendo palavras que tocam meu coração pela inspiração dos Mortos Ancestrais une-se o simples ato, a selvageria de meu espirito e a emoção de minhas palavras.


“O rito da bússola das bruxas é uma delineação e 'marcação' do campo de trabalho como sagrado e separado do espaço mundano. A Bússola é frequentemente descrita popularmente como sendo um espaço 'entre os mundos', pois dentro de seus limites as bruxas podem invocar e ordenar a comunhão de trabalho com a Divindade, espíritos e forças mágicas. É a criação de um lugar de liminaridade mágica, onde as antigas encruzilhadas do poder são conjuradas." Gemma Gary


As bruxas passam muito tempo trabalhando no Outro Mundo, seja através do "Pulando a Cerca" ou "Atravessando a Cerca", seus ritos mais poderosos e trabalhos profundos de bruxaria acontece no Outro Lado o mesmo se dá o Sabá ou o Sabádo quando as bruxas utilizam a Bússola para viajar para o Outro Mundo. A Bússola das Bruxas é a Encruzilhada Espiritual que une os Caminhos ou as Estradas. As Estrada espirituais ou Caminhos Espirituais se cruzam no meio junto com o Tronco da Grande Árvore que une os Mundos, o Axis Mundi que muitas vezes é relacionado com o Forcado quando esse é fincado no solo no centro da terra sagrada. Assim como as Quatros Estradas Espirituais se completa com o Acima e o Abaixo, a Estrada que leva para o Mundo de cima e a Estrada que leva para o Mundo de baixo e a sétima estrada que é ali onde a magia acontece, esse centro do local é chamado de



Robert Cochrane

A Bússola como é conhecido o "Rodada da Bússola" onde a bruxa tradicional realiza seus atos rituais em comunhão com o Espírito teve a sua origem com o Robert Cochrane para a sua tradição de feitiçaria tradicional; o rito consiste em três anéis concentrados em volta de um ponto fixo, cada anél é construido de uma maneira diferente representando os estágio da vida .


A construção dos anéis acontece de fora para dentro assim dando passo para trás induzindo o corpo e o espírito para o Outro Mundo que é o centro da Bússola, uma passagem símbolica.


O Primeiro Anel é feito de sal, representando a Vida nas palavras de Robert Cochrane:

"Isto é o Anel da Vida e do Fogo. Representa a carne ilusória e a amargura da vida, bem como sua necessidade. Pictoricamente, o que estamos vendo é um castelo de quatro quadrados dentro de três fossos ou círculos. O exterior é o círculo da vida representado pelo sal, uma mercadoria que era valiosa e algo que todo mundo precisa em sua dieta para se manter em forma. No passado era uma das poucas maneiras de conservar a carne e o peixe necessários para ver as pessoas durante o inverno. Como tal, é um símbolo apropriado para representar a própria vida."


O segundo anel é feito de cinza de bétula e salgueiro . Isso representa a morte ou o estado em que todos devem estar para atravessar o rio. É também o símbolo de sacrifício.

“O próximo círculo, marcado com cinzas de salgueiro e bétula, representa a morte e o renascimento eventual. A partir do Caldeirão da Criação, potente com infinitas possibilidades, o espírito habita um corpo finito por um tempo até ser libertado da prisão da carne para retornar mais uma vez ao Caldeirão. O fim de uma existência espiritual, o início de uma vida terrena que termina em morte, e o retorno ao lugar do espírito, do fim ao início e de volta ao fim. Finalmente, de forma simbólica, você passou da vida para a morte, deixando apenas o Rio para atravessar.”


O terceiro anel é feito com preparo de água, vinho, sal, e vinagre representando o rio que atravessamos para o caminho do Outro Mundo.

“A água representa o próprio tempo, bem como o Rio; o vinho simboliza as coisas boas desta vida terrena que ficam quando atravessamos o Rio. O sal e vinagre representam a vida e toda a amargura e momentos de tristeza que experimentamos na vida. Quando chegamos a cruzar o Rio na morte estas são as coisas deixadas para trás com apenas as principais lições aprendidas durante aquela vida remanescentes enterrado no fundo da alma enquanto aguarda um eventual renascimento”


" O anel é composto por três círculos em torno de um ponto central, que é o castelo. São eles o rio, a água e vinho, vinagre e sal; Morte, salgueiro para luto, bétula para nascimento, do fim ao começo, de volta ao fim. As cinzas dessas madeiras costuma ser usada: Vida, trabalho do homem e seu trabalho. O centro dos três círculos é Avalon ou, para usar um conceito popular, o castelo de Arianrhod. É o plano interno do Cabalismo e o anel é alterado para o propósito do ritual para que ele adote para formar a energia invocada, mas ainda permanece no castelo. É basicamente de quatro lados, representando os elementos na forma de ventos." As Cartas de Robert Cochrane


A cada construção do anel avança para dentro do centro; uma viagem da bruxa para o castelo que é o centro da bússola o castelo possui quatro paredes onde representa as estradas que sai do centro e o portal que o poder flui para os cantos do Outro Mundo, cada parede corresponde a uma direção, vento e elemento diferente, associado com quatro deuses ou reis. Lembrando que a bússola é feita de dentro e nunca poderá ser atravessada após a sua construção por ninguém.


Uma vez dentro do castelo é aceso as velas na ordem de Norte, Sul, Leste e Oeste; e a cada estrada é dito pela sua boca palavras que tocam o seu espirito e traz a selvageria da bruxaria antiga.


"Um Castelo cercado de Fogo que fica no Oriente, governado por Lucet (A Criança divina).
Um Castelo sob as profundezas do Mar, deitado a Oeste, governado por Node.
Um Castelo nas Nuvens que se estende para o Norte, governado por Tettens.
Um castelo construído sobre a terra e cercado de árvores, deitado para o sul, governado por Carenos." As cartas de Robert Cochrane

Direção Vento Elemento Rei

Norte Boreas Ar Tettens
Sul Notos Terra Carenos
Leste Eurus Fogo Lucet
Oeste Zéfiros Água Node

De acordo com a Feitiçaria de Robert Cochrane, as estradas do castelo é governado por um Rei e esse é cercado pelo elemento da natureza; em suas cartas escritas por Robert Cochrane ele traz as descrições desses reis e o legado que está sob o seu poder.


“Lucet é o Rei da Luz, Fogo, Amor e Intelecto, do Nascimento e Alegria... A Criança. Ele é visualizado como uma luz dourada brilhante movendo-se rapidamente, com asas. Ladrão e travesso. Às vezes ele vem como um homem alto e dourado, movendo-se rapidamente, outras vezes as asas do Fogo o cercam, mas poucos podem enfrentar essa visão sem a ajuda de uma Fonte ainda mais elevada. Às vezes ele é alado no pé; outros sobre a cabeça, por trás do glorioso cabelo.”


“No norte fica o Castelo do Choro, o governante do mesmo é chamado Tettens, nosso Hermes ou Woden. Ele é o segundo gêmeo, o sol minguante, Senhor sobre o misticismo, magia, poder e morte, o destruidor Maléfico. O Deus da Guerra, da Justiça, Rei dos Reis, pois todos Lhe prestam homenagem. Governante dos Ventos, o Windyat. Caim aprisionado na Lua, sempre desejando a Terra. Ele é visualizado como um homem alto e escuro, sombrio, frio e mortal. Imprevisível, mas capaz de grande nobreza, pois representa a Verdade. Ele é o Deus dos magos e bruxas, que conhece toda feitiçaria. Senhor do Norte, sombrio, imprevisível, o verdadeiro Deus de todas as bruxas e magos, se eles estiverem trabalhando em qualquer nível decente. Um vento frio o envolve, idade e tempo tão antigos que é inacreditável fluir dEle. Escura é Sua sombra, e ele carrega um ramo de amieiro triste, e caminha com o auxílio de uma vara de abrunheiro. A tristeza está impressa em Seu rosto, mas também a alegria. Ele guarda, como um cavaleiro em um cavalo de oito patas, os acessos ao Castelo da Noite. Ele também é o campeão da ponte de vidro após a Floresta de Prata. Frio é o ar quando ele passa. Alguns dizem alto e moreno, eu digo baixo e moreno, falando com uma voz fraca que é clara como gelo.”


No Sul encontra-se o Castelo da Vida. O governante chama-se Carenos, Ele é o Senhor dos animais, da alegria e da paixão. Governante das florestas, um caçador selvagem, mas o Deus da felicidade, fruição, fertilidade, equivalente ao jovem Dioniso. Mostrado como uma figura com chifres, com chifres de carneiros ondulados. Ele é o Deus do culto da fertilidade, e tudo sobre Ele está conectado com vida, crescimento e força.


No Ocidente está talvez a mais complexa e a maior figura de todas. O Deus do Paraíso, Node. Ele é o Deus do Descanso, Sono, Realização, fruição do trabalho, crescimento espiritual. Ele também é nobre, sempre lutando contra o mal, e é equivalente ao Rei Arthur. Ele também é o Deus do Mar. Ele deve ser visto como um homem maduro, com luz dourada vindo Dele, e um leão a Seus pés. Olhos que são sábios e tristes. Ele é o Rei de toda a verdadeira sabedoria.


De acordo com as cartas de Robert Cochrane na qual escreveu para o Norman Gills, eis a descrição dos Reis das estradas que levam para o castelo, a criação da Bússola e de seus usos.


Quando a bruxa está dentro da bússola propriamente dita, eles ficam com todos aqueles que andaram sua rodada desde o início da tradição.

Gemma Gary


A criação da Bússola é para os propósitos maiores da Arte Tradicional que é a viagens pelo Outro Mundo. Quando ela é colocada fisicamente ela se torna um meio espiritual para se localizar no Outro Mundo, os elementos que compõe ela faz parte da sua natureza terrena. Embora que os escritos de Robert Cochrane definiu a sua bússola para a sua terra levando em consideração os elementos que se encontrava nos pontos cardeais, é importante a bruxa localizar seus pés perante a terra e encontra ao seu redor os elementos que se alinha com os pontos cardeais.

Compasso das Bruxas por Gemma Gary

A sacralização da Bússola ou "Colocando a Bússola" é um ritual da Arte Tradicional que possui muitas formas de colocar cada artesão criará a sua formar de Sacralizar a Bússola; são muitas intenções que pode diferenciar o "Conjurar da Bússola" pelo praticante tradicional, mas em partes isso leva muita à diferenciação de um "Circulo Mágico" que é praticado pelos praticantes de Wicca.


"Existem muitos métodos diferentes de santificar a bússola (conjurar o círculo, colocar a volta, arar o sulco ou criar um espaço sagrado, como é chamado de várias maneiras) e nem todas as tradições usarão este espaço para os mesmos fins, ou visualizá-lo no da mesma maneira." Nigel G. Pearson

O muitos hoje em dia dizem que seria o mesmo ritual da Wicca de Lançar o Circulo Mágico, eu particularmente discordo em muitos pontos, o próposito do uso do Circulo dentro dos Ramos de Bruxaria é antigo, não é "uso" extremamente de apenas uma Arte e sim faz parte da Bruxaria em todo, em muitos sistemas de magia e ramos tradicionais e modernos de Feitiçaria. O que diferente é o uso, formato e a essência da Bússola é exclusivo da Arte Tradicional.


Fontes:

Besom, Stang & Sword: A Guide to Traditional Witchcraft, the Six-Fold Path & the Hidden Landscape” By Chris Orapello and Tara-Love MaGuire


Treading the Mill: Workings in Traditional Witchcraft by Nigel G. Pearson


Traditional Witchcraft A Cornish Book of Ways by Gemma Gary


The Devil’s Dozen Thirteen Craft Rites of The Old One by Gemma Gary


Liber Nox: A Traditional Witch’s Gramarye by Michael Howard and Gemma Gary


The Robert Cochrane Letters: An Insight Into Modern Traditional Witchcraft by Robert Cochrane and Evan John Jones


The Crooked Path: An Introduction to Traditional Witchcraft by Kelden


Que o Velho de Chifres Abençoe você.

Cain Mireen






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