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Foto do escritorCain Mireen

Da Alquimia do Sabá

Dentro do contexto da Bruxaria Tradicional, os corpos de feitiçaria que chamamos de 'Ofício Sabático' surgem de vários ensinamentos ocultos, transmitidos ritualmente de iniciador para iniciado, cujos elementos compartilhados se originam no Sabá das Bruxas. Uma característica histórica dos clãs de Bruxaria Tradicional que deu origem à Arte Sabática é a presença e o legado mágico do povo astuto. Sempre engenhoso, esse extrato de mágicos populares coletava uma variedade de encantos ocultos conforme as necessidades de encantamento ditavam. Em muitos fluxos de magia que alimentam as tradições da Bruxaria Sabática, Alquimia, fitoterapia e boticário eram reinos de estudo mágico praticados por iniciados, assim como os remanescentes degradados da antiga religião em que a Taça Espírito ocupava potentes vertentes de poder. No entanto, apesar da presença dessas disciplinas auxiliares dentro do covine,

Como tal, o Philtre é o Fluido Emanante do Sabá, o Vinho expresso do Conjugium Blasfemo da Meia-Noite: um veneno suspeito para alguns, e ainda um néctar de iluminação para outros. O Caldeirão, como o Templo terreno da Senhora, comanda o coração deste Círculo, pois é Ela quem governa a Matriz de Vasos, seus múltiplos poderes e sua manipulação através da Arte para produzir vinhos estranhos. A chama infernal do Deval Tubalo-Cain, em expressão ígnea e na ausência, serve a Senhora na capacidade de dirigir Ignis para seu Aqua. Suas sementes combinadas na Grande Operação da Arte produzem as águas encantadas da Poção. Esse poder também é expresso alquimicamente como a Conjunção do Sol e da Lua, essas mesmas duas Lâmpadas do Céu mantidas em alta veneração pela bruxa.


Assim é que a Bruxa e o Alquimista, apesar das diferenças de expressão mágica, espíritos patronos e objetivos declarados de seu trabalho, compartilham o objetivo comum da Transmutação. Para o Alquimista, esse poder é um dom de Deus, criptografado na Tabula Natura e derramado em bênçãos sobre homens justos que dedicam suas vidas e fortunas ao trabalho do Laboratório. Para aqueles que saem à noite na Companhia do Bem, a Arte da Transmutação é um componente necessário da feitiçaria; sua prática abrange a rubrica alquímica, mas se estende além do Laboratório para o próprio Coração do Sabá. A transmutação está no cerne das práticas da Bruxaria Sabática e é tanto o Desejo Nascente quanto a Prova Manifesta do Trabalho.

A transmutação efetua uma mudança desejada de uma coisa em outra, de modo que a Nova Carne permaneça como uma luz na sombra de seu antigo eu, transformada em virtude. É o cerne do nosso Trabalho do Vaso: não se limita aos fluidos da Poção, estende-se a todas as águas, sejam elas elementos ou principia, e suas zonas manifestas de temporalidade. Em comum com a crisopoese, Nossa Transmutação busca um estado perfeito de uma matéria fundamental considerada imperfeita, por meio de uma série de ações focadas com a ajuda da intercessão do espírito. A Transmutação das Bruxas ocorre através do Caldeirão do Sabá, do Fogo do Artífice, do Relâmpago, do Vôo Noturno, do Círculo Mágico, da Dança Circular, da Festa da Meia-Noite e do Vinho do Sabá. Cada um desses mistérios irradia o poder da unicidade dentro de Nosso Círculo, e cada um tem relação específica com a poção. Pelas estradas da Transmutação, invocamos o Mundo não como desejamos que seja, mas como ele já é, embora distante no espaço e no tempo: pois por todas as possibilidades todas as coisas são manifestas. Assim, a Transmutação, em parte, procura aproveitar o não-manifesto e atraí-lo sempre para a carne presente. Quando, pelo poder da Arte, produzimos a Obra em corpos de carne, as restrições da Vontade, Desejo e Crença servem como nosso Trígono. E ainda, antes que nossos parâmetros sejam definidos, a oposição deve servir. Esforce-se, portanto, em silêncio, estase e escuridão para conjurar aquilo que espelha o Imanifesto em perfeição. Assim, a Transmutação, em parte, procura aproveitar o não-manifesto e atraí-lo sempre para a carne presente. Quando, pelo poder da Arte, produzimos a Obra em corpos de carne, as restrições da Vontade, Desejo e Crença servem como nosso Trígono. E ainda, antes que nossos parâmetros sejam definidos, a oposição deve servir. Esforce-se, portanto, em silêncio, estase e escuridão para conjurar aquilo que espelha o Imanifesto em perfeição. Assim, a Transmutação, em parte, procura aproveitar o não-manifesto e atraí-lo sempre para a carne presente. Quando, pelo poder da Arte, produzimos a Obra em corpos de carne, as restrições da Vontade, Desejo e Crença servem como nosso Trígono. E ainda, antes que nossos parâmetros sejam definidos, a oposição deve servir. Esforce-se, portanto, em silêncio, estase e escuridão para conjurar aquilo que espelha o Imanifesto em perfeição.

Daniel A. Schulke, Ars Philtron - Sobre a Alquimia do Sabá, págs. 30-32

*Texto traduzido por Cain Mireen
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