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  • Foto do escritorCain Mireen

Marca da Bruxa, Marca de Cain e o Sangue Bruxo.

Atualizado: 1 de ago. de 2019

 


Mark Witch , Gemma Gary

Dentro dos Caminhos Tradicionais de Bruxaria, existe um conceito que é muito discutido entre os que carregam a marca e os que não possuem, é sobre a Marca da Bruxa, abaixo começo o texto com uma citação de Jaiadeva Gosvami Seus um Bruxo Tradicional onde escreveu sobre a tal Marca;


"Um conceito muito mais poético do que físico, mesmo que para alguns caminhos exista uma busca de marcas físicas.Existem diversas origens, em cada caminho, desde a marca de que se é "descendente de Caim", até "tocado pelo fadas" (conceito medieval e não moderno de fadas), ou ainda "uma criança trocada", e assim por diante. É a busca, de certas formas, nesses caminhos que professam essa crença, da marca de que o individuo é apto para ser treinado, que possui os dons e potenciais para tal, que possui a magia e o potencial da magia.

Diferente da crença moderna de que todos podem praticar a magia, a bruxaria em si, essa marca (e outras tantas crenças) buscam no individuo essa aptidão, essa qualidade sutil que permite ele tocar o sutil, essas pessoas que estão alem do humano, e assim podem tocar o mundo divino e demoníaco.

A marca da bruxa, nesse contexto, como o sangue bruxo, como o sangue da lua e assim por diante, é uma potencialidade, para a pratica da arte bruxa, da arte feiticeira, algo que marca o individuo como um ser pertencente a encruzilhada entre o reino Humano, Divino e Demoníaco.Um bruxo no sentido literal da palavra. As crenças variam, porem, da marca ser obtida (como a marca do pacto com o demônio) ou de nascença (como as crenças ao redor do Sangue do outro mundo - Fada, demoniaco e etc). É um conceito muito rico, e que fala muito sobre a Bruxaria enquanto um oficio que pede características e potencialidades próprias e raras. Pois pede mais do que habilidades, pede que a pessoa Seja capaz, posto que a pessoa é em si sua maior ferramenta. Essa frase, que se popularizou muito modernamente, esse eufemismo do Bruxo como a ferramenta mais importante para sua arte, traz esse sentido velado em si, afinal, a ferramente precisa ser capaz, não só desejar ser capaz, o que constitui ela, alem da qualidade do material que a constitui, bem como o quão "afiada" e "pronta" para ser utilizada a ferramenta está, de muitas formas, traz uma ligação com essa "marca", essa "benção e maldição", esse Ser, que marcado, está alem do humano, mas não está em outro reino, que vive entre reinos, nos caminhos, nas encruzilhadas, seguindo sob a luz da Rainha, seja das fadas, dos bruxos ou da Lua."

Um modo de acusar uma bruxa durante a Idade das Trevas é examinar o corpo dela e encontrar alguma marca que pode suspeitar sobre a sua aliança com o Diabo, uma marca física que  quando a bruxa vendia a alma dela ao Diabo o mesmo deixava uma marca no seu corpo que podia ser uma verruga (muito popular entre as imagens construida sobre a bruxa na época medieval) ou mancha causada pelas suas garras.


 Muitas conversas sobre o que é a Marca da Bruxa, é um conceito espiritual-mágico folclórico onde uma Pessoa que carregasse a tal marca venha ser uma Bruxa, diferentes tradições chama esta marca de Marca de Cain, Marca das Fadas, Marca do Diabo e assim por diante, também recebe o nome de Sangue Bruxo.

"A marca da bruxa,também conhecida como a marca do diabo refere-se a evidência de iniciação de bruxas e feiticeiros medievais,que ao fazer um pacto com o diabo selou seu compromisso com a obediência com uma marca inapagavel sobre o corpo"


Diabo marcando um de seus Eleitos

 Ao longo dos relatos de bruxaria europeia, a 'Marca do Diabo' tem se caracterizado como um elemento recorrente; esta 'marca da bruxa' parece ter sido um símbolo em cores ou um signo tatuado que o Mestre Cornífero ou Diabo fazia sobre um novo membro da companhia no momento de sua iniciação do Caminho. Esta marca foi avidamente buscada mais tarde pelos caçadores de bruxas dos séculos XVI e XVII, já que se pensava que constituía uma prova irrefutável da participação de um indivíduo numa seita. Como Reginald Scot escreveu em 1594: 'O Diabo dava a cada noviço uma marca, com seus dentes ou garras'.

As formas que a Marca do Diabo tomava variavam de região em região, amiúde consistindo em pouco mais que uma mancha azul, negra ou roxa sobre várias partes do corpo, encontrando-se frequentemente sobre um dos dedos da mão. Em Somerset as bruxas eram marcadas entre as articulações superior e média do dedo anelar ou quarto dedo da mão direita. Em 1597, Andro Man, uma bruxa de Aberdeen, disse que havia sido marcada pelo Cornífero sobre o terceiro dedo da mão direita. Uma bruxa em Yarmouth, em 1644, contou como numa noite iluminada pela lua 'um alto Homem negro a chamou em sua porta e lhe disse que devia primeiro ver sua mão; depois pegando algo similar a uma navalha de bolso, lhe fez um pequeno arranhão, para que o Sangue saísse, e a Marca permaneceu desde esse momento'.



Em outros lugares a Marca do Diabo era de natureza simbólica mais explícita e consistia em pequenos glifos e sigilos totêmicos. Martin Delrio informa que as bruxas eram marcadas com signos secretos tais como a pegada de uma lebre, a pegada de um rato ou o símbolo de uma aranha. A lebre está profundamente conectada com os mistérios noturnos da lua, o rato aparece na antiga iconografía romano-gálica como Cernunnos, deus do submundo, e a aranha como tecedora de redes é sagrada para as deusas fiandeiras do destino tais como as Nornas, as Parcas e as Matronas.


 Na Inglaterra rural a marca algumas vezes é conhecida pela forma de um lirón (roedor). Henri Boguet atesta o fato de que as bruxas francesas do século XVI recebiam a 'marque les sorciers' sobre o ombro esquerdo (sinistro) na forma de um pé de lebre. Menciona Jean de Vaux cuja marca da bruxa era 'un petit chien noir', o Cão Negro da noite,' da morte e do submundo. Entre as bruxas bascas dos Pirineus três marcas eram feitas sobre o coxa esquerda, o lado esquerdo das costas e sobre o olho esquerdo. O Diabo amiúde marcava as bruxas bascas com o signo do sapo ou pé de sapo, o anfíbio mais sagrado na Bruxaria que está associado com os pântanos subterrâneos, as cavernas e as águas ctônicas do submundo.


O conceito da Marca vária de região e tradição, sendo uma marca uma tatoo imposta pelo Diabo na forma de pé de bicho ou até mesmo uma cicatriz ou verruga onde marca o inicio da sua aliança com o Mestre, a sua inlinação para a Arte Bruxa, e até mesmo o seus sangue pertence ao mundo dos Humanos e ao Mundo das Fadas.


Fontes:  Call of the Horned Piper de Nigel Aldcroft Jackson

 Witch Marks de Gemma Gary

Bençãos e Maldições a todos

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