Sobre o Solstício de Verão
" Apesar que herdamos dos colonizadores os festivais Natalinos durante o mês de Dezembro onde através do catolicismo e todo a sua roupagem católica venera as crenças folclóricas e pagãs dos antigos cultos invernais dos povos nativos europeus, a nossa terra local passa por uma extensão de influencia da Serpente Vermelha na qual o seu poder exala quente, viril e poderosa assim no nosso hemisfério o solstício de verão é dado pelos festivais do banquete ritual, do sacrifício de sangue, da montagem da árvore de Natal, e toda a tradição invernal. Esquecemos que seguimos o fluxo da serpente que corre debaixo de nossos pés, mesmo que acendemos a vela na árvore de Yule ou conseguimos alguns frutos do pinheiro, não podemos esquecer que é o Fluxo energético que deve ser honrado e usado ao nosso favor."
Estamos no meio do Verão, época onde a luz está em seu auge assim como a face brilhante do Deus-Bode. O dia fica mais longo do que a noite, o sol está com mais força e o poder do fogo é sentido na pele e no espírito; momento que marca o poder da luz sobre a terra. É a noite sagrada do Fogo, sendo esse o elemento de ligação espiritual com os ancestrais, com o Outro Mundo e com o Velho; velhos ritos eram celebrado nesse momento de poder, atividades rituais e praticas de magia popular sendo o fogo o elemento dessa noite sagrada.
Devo atentar ao praticante que as tradições de feitiçaria que é realizado durante o momento do solstício de verão é herança das tradições mágicas realizadas em honra a São João Batista, pois o mesmo é homenageado no solstício de verão nas terras do norte, com a vinda dos portugueses para o Brasil as festividades tomaram um rumo diferente com uma crença voltada para a fé católica onde o festival de Solstício de verão são resquícios das tradições mágicas e folclóricas na noite de São João Batista no Brasil.
As antigas bruxas acenderiam o fogo e trabalharia magia em volta da fogueira com o intuito de realizar cura mágica para quem está longe, trabalhos amorosos e firmar os votos mais uma vez com o Velho. Escalar um monte mais alto, e acender um fogo ritual remete as antigas formas religiosas sagrada dessa noite; mais uma vez o fogo é o ponto central desse rito. O fogo sendo um elemento espiritual que conecta a bruxa com o Velho, ele tornar-se uma ferramenta útil para trazer benção ao gado quando se faz duas fogueiras e o gado é passado pelo meio, o mesmo é feito para a bruxa quando essa pula por cima da fogueira trazendo saúde, boa sorte e proteção. Tochas abençoadas são encantos para proteger a plantação contra espíritos malévolos que queira estragar a plantação, o mesmo é feito com a tocha acesa correndo pelos campos.
O poder da Serpente Vermelha paira sobre a terra através de seu poder luminoso; a madrugada antes do sol nascer no dia do solstício de verão é magica por tradição, assim muitos ritos é realizado antes que sol nasça no leste, com visitação em nascentes para banhar-se para a cura do corpo e doenças, o mesmo é feito com a peregrinação para algum poço que julgue sagrado mesmo sabendo que todos os poços é sagrado por ter essa ligação com o outro mundo e com a Serpente Vermelha.
A colheita de ervas é tradição nesse momento mágico, ervas como alecrim, camomila, artemísia, dente de leão, arruda, e outras que possui uma forte ligação com proteção, boa sorte e cura ganham mais poder antes que o sol toque a terra. As plantas também foram conhecidas por florescer de forma incomum durante essa passagem. Um método que invocava tanto a planta quanto o poder dos mortos era uma jovem virgem colher mil-folhas (Achillea millefolium) do túmulo de um jovem na noite da véspera do solstício de verão e dormir com ele debaixo do travesseiro. Isso com certeza traria sonhos proféticos de seu futuro marido. Um charme bem conhecido do sul da Inglaterra para ser dito enquanto colhíamos as folhas de mil-folhas do cemitério: ”Mileol, mil-folhas doces, o primeiro que encontrei; em nome de Jesus Cristo eu o arranco do chão; como Jesus amou a doce Maria e a tomou como sua querida; Então, em um sonho, esta noite, espero que meu verdadeiro amor apareça ”. Um jovem poderia fazer o mesmo pegando o milefólio do túmulo de uma jovem por sua vez, provavelmente com outro encantamento. A colheita deveria ser feita em absoluto silêncio; uma regra mantida até se retirar para a véspera. Uma combinação de rama para sonhar incluía mil-folhas, arruda (Ruta graveolens, uma planta conhecida em diferentes culturas para ajudar na segunda visão) e várias flores coloridas, eram amarradas pelos cabelos da cabeça da mulher que buscava o sonho. Foi então aspergido com óleo de âmbar com a mão esquerda e amarrado à cabeça da mulher, que foi dormir em lençóis limpos para receber seu sonho
Todo tipo de adivinhação é praticado nessa noite, os melhores são feitos com o fogo, como as chamas de uma fogueira. Quando acendeste o fogo sagrado e feito todo o rito seja contigo mesmo ou com o clã, retirado um pedaço de brasa em silêncio que seja incandescente e repita o seguinte.
"Pela força do fogo, mostra o que está escuro,
ilumine o que não é visto
faça-me ver o meu destino"
imediatamente deposite dentro de uma bacia contendo água, olhe fixamente para o espelho dágua e verá as imagens.Outra adivinhação da véspera do solstício de verão envolve o carvalho sagrado (Quercus spp). Acreditava-se que as flores só floresciam na véspera do solstício de verão e, se uma donzela colocasse um pano branco sob o carvalho, pela manhã encontraria uma camada de pólen das flores desabrochando. Se ela colocasse uma pitada dessa poeira mágica sob o travesseiro, ela sonharia com seu verdadeiro amor. Isso lembra a semente de samambaia mística associada à véspera do solstício de verão. Certamente, esta era uma véspera em que na hora das bruxas da meia-noite, o mundano se tornou sobrenatural, mesmo que apenas por alguns momentos.
A DIVINAÇÃO DA VELA E DO PINO
Também era costume, pelo menos há muitos anos, se não agora, que uma jovem, ou duas delas juntas, colassem alfinetes à meia-noite em uma vela, todas seguidas, de cima para baixo e depois observar a vela acesa e os pinos caindo um a um, até o último pino cair, e então o futuro marido da garota a quem o pino pertencia, deveria aparecer; mas se ela estivesse destinada a morrer solteira, veria um caixão.
Outra forma de adivinhação era colocar os pratos na mesa da sala de jantar de cabeça para baixo, e à meia-noite o espírito do futuro marido deveria vir e organizá-los em sua devida ordem. Outro costume adotado em Cardiganshire e em outras partes para ver um futuro marido, ou melhor, sonhar com ele, era comer o primeiro ovo de uma galinha; mas ninguém sabia o segredo, e o silêncio absoluto era para ser observado, e o ovo era para ser comido na cama.
Na véspera do Meio do Verão, esteja de frente de um espelho iluminado por uma vela, essa noite é considerada poderosa e mágica para assuntos que envolva adivinhação e ainda mais para quem quer descobrir o futuro amor.
O espelho de uma bruxa é um objeto de extremo poder para o seu ofício, não apenas conjurar a visão que também pode acessar outros lugares, mundo e contatar espíritos através do espelho, lembremos que os espelhos agem como caminhos para Outro Mundo, assim como lugares limiares ao mundo das fadas. Nessa noite não apenas para fins visionários e sim, para trabalhos para quem deseja saber quem é o rosto do futuro amante, se será pedido em casamento ou terá um filho em breve.
" A medida que o verão chega em nossa terra, o Deus de Chifres assume a sua parte iluminada como o Deus da fertilidade, o Portador da virilidade e o Deus Verde das florestas, essas são as características do Diabo que governa o Ano Claro." Cain Mireen
Para sintonizar com o fluxo do verão e com ele a serpente vermelha, é preciso estar presente dentro do Anel da Bruxa, uma fogueira onde será o centro da rodada do moinho para a celebração sazonal, queima de certas ervas como artemisia, caléndula, erva-de-são-joão e verbena são úteis para o rito, honre a face clara do Diabo, o portador da fertilidade, da virilidade, o Senhor dos prazeres e do sexo, o garanhão dos matos, o Pai de todas as bruxas.
Fonte:
Traditional Witchcraft: A Cornish Book of Ways - Gemma Gary
The Crooked Path: An Introduction to Traditional Witchcraft- Kelden
Besom, Stang & Sword: A Guide to Traditional Witchcraft, the Six-Fold Path & the Hidden Landscape - Christopher Orapello &Tara Maguire
Treading the Mill: Workings in Traditional Witchcraft - Nigel Pearson
FOLK-LORE OF WEST AND MID-WALES - JONATHAN CEREDIG DAVIES
Ótima postagem! Que o fogo esteja contigo.
Boa noite.
É muito bom ler sobre as práticas antigas que muitos já esqueceram. O fluxo da tradição nunca para, nós é que deixamos de perceber aquilo que é importante.
Muito bom.