Sobre as Noites Sagradas da Dança da Serpente Vermelha.
São momentos de grandes fluxos sagrados que exala da terra através da "Serpente Vermelha" que é a força espiritual da natureza que está presente no centro da terra o útero escuro e agita ao decorrer do ano. Essa Serpente é a força que emana em tudo que cresce da terra, que fica sobre a terra e que vem da terra desde na colheita até os mortos que são enterrados. A Roda do Ano é marcada pelos momentos de nascimento, crescimento, amadurecimento, maturidade, morte e renascimento que são as palavras chaves que descreve a vivencia do homem astuto e andarilho da Velha Fé.
Não é dado um dia apenas e sim momentos de influências que está presente na natureza seja na terra, no céu e no mar, os sinais estão visíveis aos que tem olhos espirituais para ver e ouvidos para ouvir, as forças espirituais telúricas que aqui se manifesta como a Serpente Vermelha, O fogo terreno que nos dá calor, abrigo, proteção e alimento.
Épocas que marcam não apenas o movimento dessas corrente espirituais, mas também tudo que há nele modifica e adapta para o momento, o homem astuto é sábio para observar ao redor a natureza que muda conforme a Dança Serpentina assim a Serpente move e a terra move junto com a dança. Resgatando as crenças da Velha Fé aquela que honra as forças espirituais dos lugares, da terra, das árvores, dos animais e dos Espíritos Tutelares.
A Roda é dividida na Parte do Ano da Iluminação e Ano da Escuridão, existe todo corpo de práticas rurais, folclóricas e sazonais acerca das marés espirituais. Aqui descrito um pouco sobre as Noites de Vigilias Espirituais na qual marca os momentos de fluxo serpentino e o véu entre os Mundos está fino e assim acesso com facilidade o Mundo dos Espiritos e a Ida ao Sabá.
Solstício de Inverno
Ele marca o pico alto do inverno, onde a noite é mais longa e o dia mais curto e as forças da escuridão aqui reina trazendo a terra seca, doenças, infortúnio e claro os espíritos que vagam durante as noites frias. Aqui é feito banquete com o Milho, pois é o Alimento dos meus Ancestrais, é dado oferenda aos espíritos na porta para que os mesmos não perturbem durante a Noite Mais Longa do Ano. O Rei de Madeira foi feito com gravetos, folhas e fios que simboliza todas as forças das trevas na qual é queimado no fogo deixando a terra.
Candelária
É a Noite que Marca a Primeira Luz do Caminho, é feito uma peregrinação até um poço, pois todos os poços são sagrados onde às águas são tocadas pela Serpente Vermelha e ali é agitada a força regenerativa da Terra, acordada. Também é uma Noite das Velas onde velas abençoadas são acesas para iluminar o caminho, também trabalhos de velas são úteis e aqui o Fetiche é uma pequena boneca feita de cera na qual é moldada e trabalhada com as forças sábias do artesão para simbolizar a Senhora da Luz. A terra desperta do terrível inverno.
Michaelmas
Michaelmas do inglês que significa "Missa de Michael” e também a Festa de São Miguel e todos os anjos são uma festa folclórica uma noite muito especial para os que observam os feriados sagrados e populares que carregam uma força virtuosa e costumes sazonais; Michaelmas acontece no dia 29 de setembro e o seu dia anterior é conhecido como “Véspera de Michaelmas", Miguel do inglês Michael é padroeiro da lei marcial, dos fabricantes de armas, dos marinheiros, dos armeiros, dos guardas, dos vigias, dos soldados, militares, e do exercito. Michaelmas carrega um forte costume do equinócio de outono nas Ilhas Britânicas, para o meu caminho de feitiçaria ele é ligado aos costumes do equinócio de primavera na qual ele um forte guerreiro ajuda a dissipar o que resta da escuridão (inverno) para que a terra possa renascer outra vez.
A flor de São Miguel como é conhecida aqui no Brasil, nativa de nossa terra é a viuvinha Petrea volubilis que as suas flores surge no final do inverno e no começo da primavera uma forte ligação com São Miguel e com o seu dia segundo os meus costumes; a flor surge em formato de estrela um símbolo para a arte mágica. Nas crenças brasileiras essa flor é capaz de manter afastadas as influências negativas e trazer proteção para quem a carrega, uma forte influência de São Miguel.
É aqui que realizo a Limpeza de Primavera.
Noite da Fogueira
Marca a Maré iluminada do ano, onde é aberto os Portões do Verão. A Noite é marcada com uma Grande Fogueira na qual sinaliza a chegada do Verão e todos os poderes do Velho é honrado como o Garanhão da Floresta, o Sátiro das Matas, o Portador de Todas as Virtudes. O forcado é enfeitado com fitas, flores, folhagem da época e uma vela são acesas entre os chifres simbolizando o seu poder.
Solstício de Verão
O Rei das bruxas presidirá as aberturas do caminho da Serpente, e o sol vai reinar na terra, será o momento em que as bruxas prestarão honra ao Deus de chifres, o Diabo Coroado, o Bode do Sabá, aqui ele acompanhará a Corte Espiritual que visitaram as casas em busca de ofertas e encantos, na véspera do solstício deixe ofertas de leite, grãos e presentes ao Povo Bom no lado de fora de casa, antes de o sol nascer no dia visite um poço ou nascente e recolha uma boa quantidade de água com uma garrafa escura para realizar seus encantos não deixe que tome raios solares, ervas de todos os tipos podem e devem ser colhidos nesse dia, será um dia de grande honra à comitiva dos seres feéricos, manter o respeito é o que deve ser feito para apaziguar a ira dos Bons Vizinhos.
O forcado é enfeitado com fitas vermelhas que simboliza o poder fertilizador subindo do fundo da terra expandindo e abençoando todos ao redor, como a Serpente emerge do fundo do poço e exala as suas forças.
Noite do Rei Milho
É a época da colheita dos grãos, e aqui o Rei Milho ou Rei do Milho é honrado como o portador das bênçãos dos campos dourados para o sustento do seu povo durante o ano civil que inicia. O banquete da Colheita é feito pratos com os grãos que foram presenteados pelo Rei Milho, todos os grãos aqui é bem vindo, mas o Milho recebe uma atenção especial por ser um alimento dos meus ancestrais. Chamo também de Festa do Pão aqui é feito um Pão que chamo de Pão do Altar que é dado como oferenda ao Rei-Milho junto com bebida feita de milho.
O fetiche do Rei Milho é produzido magicamente e preparado para dá carne, sangue e vida para o fetiche na qual ele vigia a cozinha durante o ano todo para que no próximo ano ele possa ser sacrificado para alimentar seu povo, o mistério do sacrifício, Rei sacrificado e os mistérios do campo são vividos.
Noite do Banquete
Noite que marca o equilíbrio entre a luz e o escuro, é feito observação de uma oferta aos ancestrais, espíritos da lareira e aos meus familiares na qual frutas da época, vinho ou bebida feita por min é ofertado no cemitério, encruzilhada ou lugares limiares entre esse e o Outro Mundo. Especialmente não é feito grandes cerimonias, pois é um momento de agradecimento aos espíritos que estiveram juntos e agradecimento a Serpente Vermelha com ato de enterrar as oferendas.
Noite da Maré Santa
Véspera de Inverno marca o inicio da parte escura do ano na qual o Portão abrirá e o Inverno chegará até atingir o seu pico, aqui o véu entre os Mundos é fino e a comunicação é feita. A Serpente retira-se para o centro da terra e ali ela fica então a terra fica seca, sem vida e sem dá fruto; o Pinheiro é a sagrada árvore que armazena os Poderes da Natureza então muitos encantos é feito com ele desde proteção, saúde, cura, banimento e bênçãos para passar esses meses de escuridão. Os Mortos são Honrados em família, a Ceia Muda é feita e a Sopa dos Mortos é cozinhada para dá de comer aos que já foram.
Também é chamada de Vigília dos Ancestrais, marca a reunião entre os vivos e os mortos para trabalhos oraculares, possessões e ritos encantatórios.
A maçã é o alimento sagrado aqui e muitos ritos, encantos e poções são feitos com maçã bem vermelhas e grandes, um rito tradicional que adotei é a Benção das Maçãs, são sete maçãs polidas e bem brilhantes que são encantadas e dadas para seis conhecidos ou desconhecidos e a última é dada para eu mesmo.
Na Noite Santa é feita um fetiche feito com madeira que simboliza todas as forças da escuridão e é honrado na lareira durante 12 noites, na qual ele é queimado na Noite do Inverno simbolizando as forças das trevas deixando a terra e aqui o mistério do renascimento é vivido.
Fontes.
The Writings of Roy Bowers - (Robert Cochrane)
Witchcraft: a renewed tradition - Doreen Valiente and Evan John Jones
Rebirth of Witchcraft - Doreen Valiente
Witchcraft for Tomorrow - Doreen Valiente
Encyclopedia of Witchcraft - Doreen Valiente
The Golden Bough - James George Frazer
Roebuck in the Thicket - Evan John Jones and Robert Cochrane, editor Mike Howard
The Letters of Robert Cochrane: A View of Modern Traditional Witchcraft - Robert Cochrane and Evan John Jones
The Pillars of Tubal Cain - Nigel Aldcroft Jackson and Michael Howard
Liber Nox: A Traditional Witch's Gramarye - Michael Howard
Call of the Horned Pied Piper - Nigel Aldcroft Jackson
Masks of Misrule - Nigel Jackson
Traditional Witchcraft A Cornish Book of Way- Gemma Gary
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