Época quente nas terras brasileiras, a Serpente Vermelha esta pulsando seu poder pelos caminhos de fadas, nas vias de dragões e nas cavernas e grutas onde habita a força primordial da natureza. No Brasil a véspera do solstício de verão é pouco celebrado de acordo com as antigas crenças mágicas datada que o dia que acontece o verão o véu que separa os mundos fica mais fino e o contato com o Povo das Fadas é mais visível; o dia de verão é o dia onde marca a luz solar por mais tempo ostentando no céu a sua força, brilho e a sua influência nas praticas mágicas das bruxas, dos astutos e dos encantadores.
Os caminhantes da Via Torta veem este dia recheado de forças uteis para a pratica de suas crenças mágicas, e trabalhos de magia antiga e tradicional. Esse dia mágico gira em torno da adoração do fogo, do sol e das forças benéficas e maléficas que ele pode proporcionar para os que alinham com as forças celestes e terrestres.
O momento é marcado entre os dias 20/22 de dezembro na qual o sol com a sua beleza marca a época mais brilhosa, calorosa e poderosa do ano; eis aqui o ápice da força mágica da Serpente Vermelha, a força que permeia debaixo da terra e faz viver tudo e essa força que as bruxas tem que se alinhar. Realmente as celebrações do Meio de Verão acontece nos meados do dia de São João Batista 24 de Junho dia que foi popularizado os costumes mágicos e pagãos sobre o solstício de verão, e seguimos um calendário festivo de acordo com o calendário europeu trazido pelos colonizadores.
Dezembro é marcado pelas festividades natalinas celebrados pela Igreja Católica, as crenças que permeia a Festa de Natal são os antigos cultos pagãs a adoração do Sol Invictus, o nascimento de Jesus, a montagem da árvore natalina, e o banquete e a troca de presente são originados dos antigos costumes das festas Saturnália de Roma e Yule os festivais de Inverno dos antigos povos nativos das Ilhas Britânicas e que hoje é comemorado pelo povo brasileiro sem ter um conhecimento de onde vieram e como chegaram em nossa terra; esses mesmos antigos costumes invernais populares atravessaram com os europeus para as terras brasileiras e estabeleceram aqui junto com as crenças católicas uma forma de celebração religiosa popular. Hoje nos dias de dezembro, as pessoas celebram o natal (costumes folclóricos das celebrações pagãs de yule) em pleno verão, onde o poder solar o auge da Estrela da Manhã brilha sobre as cabeças.
Mesmo que permanecem as celebrações católicas de Natal, estamos celebrando os antigos costumes agrícolas folclóricos pagãs, a montagem da árvore de natal é nada menos que a montagem da antiga árvore de Yule, o banquete com os familiares reunidos são as antigas crenças onde as pessoas sentavam em volta da mesa para contar história e trocar presente muito ligado as terras do norte onde a celebração mesmo com seu fundo religioso cristão está envolvido com a paisagem ritual em volta.
O Solstício de Verão Austral é a última celebração de uma Noite Sabática do ano civil do calendário Gregoriano aqui nas terras do sul, temos nesta época o dia mais longo e a noite mais curta; nesse dia é celebrado a força do auge solar sobre a terra. Muitos praticantes mágicos possuem costumes para serem feitos nesse dia, a confecção de amuletos, sortilégios, sacos de ervas, utensílios mágicos e encantos adivinhatório. Também é a celebração na qual encherá o espírito do praticante de força solar, virilidade, coragem, brilho e poder para enfrentar o próximo ano civil após a passagem desse poder solar, o sol começará a caminhar para oeste para repousar.
A herança folclórica das praticas mágicas realizadas na véspera do solstício de verão é uma forma popular de manter viva a tradição feiticeira dos povos nativos das terras do norte, assim com a chegada dos portugueses no Brasil, transportaram de suas terras as Festas Juninas que coincidem com as praticas e costumes realizados no auge do Verão em Portugal. O fluxo serpentino aqui é inverso das terras do norte, assim tendo as estações sendo inversas do hemisfério norte, enquanto no norte a noite é mais longa com a chegada de yule o inverno pagão, aqui recebemos o auge e o poder do sol nos festivais do Meio de Verão.
Um momento para celebrar a data é muito pessoal aos que seguem um caminho solitário adotando para si as muitas formas de celebrar, e muitos clãs de bruxas e famílias optam a celebrar o mais próximo possível ou até mesmo no dia que comemora-se. Como falei os festivais do solstício nas terras brasileiras ele é muito voltado dentro do caminho particular de cada um, sendo assim ele é lembrado dentro de casas, interior de clãs ou próximo da natureza selvagem o mais possível os lugares limiar entre os mundos. A bruxa terá dentro de sua Fé Sem Nome, seus costumes e praticas referente a véspera, que marca o auge do sol o dia ideal para recolher ervas medicinais especialmente o manjericão, o alecrim, verbena, a erva de São João, sálvia, samambaia e entre outras. A pratica da colheita de ervas nesse dia, onde o sol em todo o seu poder e glória lança seus raios solares e fortalece o poder medicinal-espiritual-feiticeiro da planta na qual em seu ato de colheita ele manterá essa influência. O momento ideal é ao nascer do sol e antes do meio-dia procure estar em jejum para a colheita, e leve leite, mel ou vinho para despejar como oferta para o espirito da planta no ato de colheita, uma prece pessoal é usada para fazer no ato da colheita.
"Oh erva abençoada, colhida nesse dia de verão; Levo-te para casa e levo o seu espírito junto, (nome da erva) seja levada em nome do Diabo para minha casa"
Também é costume das antigas feiticeiras colher sete tipos de ervas medicinais e fazer um feixe e manter pendurado como um encanto de cura e boa sorte para os moradores de uma casa. Como um costume antigo a colheita em números impares de flores também é concedido como amuletos de boa sorte, proteção e assuntos amorosos.
A erva de São João tornaria poderosa quando é colhida na véspera do Meio de Verão, para repelir os feitiços de bruxas negras e do mau olhado, protegeria também as casas e locais agrícolas de espíritos malignos, desastres causados pela chuva e relâmpagos no meio do verão. As sementes de samambaias coletadas na véspera do solstício de verão foram usados em adivinhação, o sabugueiro uma árvore extremamente poderosa e útil para as bruxas é colhido neste dia para serem usados como proteção por aqueles que comeram feitiçaria e a mesma exala seus poderes mágicos de cura e realização de desejos.
Pétalas de rosa íngremes na água. Adicione um punhado de verbena amassada, reunida na véspera do meio do verão. Beba um pouco, misture algumas gotas com óleo e unte os lábios. Compelirá o amor de quem você beijar.
Mais famosas, porém, do que essas são as propriedades milagrosas que a superstição popular em muitas partes da Europa atribuiu à samambaia nesta estação. À meia-noite da véspera do solstício de verão, a planta deve florescer e logo depois dar semente, e quem quer que pegue a florescer ou a semente é assim dotada de conhecimento sobrenatural e poderes miraculosos; acima de tudo, ele sabe onde os tesouros estão escondidos no solo, e ele pode se tornar invisível à vontade. "
- James George Frazer, The Golden Bough
Um dos costumes antigos é o acender de fogueira para homenagear esse dia, as fogueiras do solstício de verão são muito parecidas das fogueiras de São João nas festas juninas aqui no Brasil, essas pequenas ou grandes fogueiras são mágicas quando são construídas com madeiras de árvores mágicas e acesas ritualmente para trazer sorte, proteção, alegria, e afastar maus espíritos. Carregar um pedaço de tição aceso para dentro de casa é costume para dar boa sorte para o próximo ano e assim manter afastado os maus espíritos da morada. Assim como o fogo é um elemento transformador, purificador e protetivo, é crença agrícola das antigas terras do norte para a purificação do gado passando entre duas fogueiras acesas na véspera, o pular para os homens, mulheres e crianças adquiriam a purificação, crescimento do plantio e cura. Assim como temos a crença no Brasil de pular a fogueira de São João, a antiga herança pagã dos povo agrícolas da Europa imigrou para cá, lembrando que o dia de São João no Brasil é o dia dos antigos costumes e festas do solstício verão na Europa.
Os fogos feitos na véspera do Solstício de verão protegem a terra do mal."
CL Daniels, Enciclopédia de Superstições, Folclore e as Ciências Ocultas do Mundo
Essas mesmas fogueiras de Verão são acesas para aumentar o poder do refluxo do sol. Na Irlanda, as fogueiras do solstício de verão eram acesas ao pôr do sol, após serem borrifadas com água benta. Na Irlanda e na Escócia, fogueiras foram acesas em memória dos fogos de Baal, um nome derivado do deus celta do sol Bel (brilhante) ou da palavra saxônica Bael (fogo). Os velhos podem prever o futuro lendo o fogo dessas fogueiras. Moradores de algumas áreas da Irlanda dizem que se você tem algo que deseja que aconteça, você "dá para a pedra". Carregue uma pedra na mão enquanto circula a fogueira de Verão e sussurre seu pedido para a pedra. Diga coisas como "cure minha mãe" ou "ajude-me a ser mais corajoso", por exemplo. Após a terceira volta ao redor do fogo, jogue a pedra nas chamas.
O fogo é o elemento sagrado nesse momento, eram acesos as fogueiras nas altas montanhas hoje em dia são feitos pequenas fogueiras, tochas espalhadas em plantações para manter espíritos afastados, e velas são acesas para iluminar a noite mais curta do ano. Esses rituais datavam da época dos romanos, quando os fazendeiros também acenderam fogueiras em seus campos no meio do verão para proteger as plantações de doenças. Esses ritos estão relacionados com a crença mágica universal de que o fogo tinha uma influência purificadora e uma proteção contra os demônios e poderes ctônicos das trevas.
Na Irlanda, a fumaça, as brasas e as cinzas das fogueiras do verão acreditava-se que tinham poderes mágicos e eram usados com a recitação de orações cristãs para abençoar os humanos, o gado e as colheitas. Tochas feito de palha e feno amarrado em postes também eram carregados ao redor do campos em honra da deusa do sol Aine.
Nessa noite do Verão Austral, também é um momento bom para a pratica de encantos que visam a previsão do futuro, e muitos dos encantos tradicionais são realizados na noite do solstício; pois o véu que separa o Mundo dos Homens do Mundo das Fadas fica fino, o invisível pode ser visto e assim o futuro pode ser visualizado em bacias de água, caldeirão com água, poças d'água, poços sagrados, lagos. Um antigo encanto publicado em um jornal semanal londrino do século XVIII, The Connoisseur, tem registrado antigo encanto da rosa no solstício de verão.
"Se eu voltar sem falar uma palavra para o jardim em uma véspera de solstício de verão, e colher uma rosa e mantê-la em uma folha de papel em branco, sem olhar para ela, até o dia de Natal, ela estará tão fresca como em junho, e se eu então enfiar no peito, aquele que é meu marido vai vir e tirar"
Um outro encanto finlandês, consiste que a jovem que procura sonhar com o futuro amor deve colher nesse dia de verão sete flores diferentes e colocar debaixo do travesseiro, conjurará um sonho premonitório. A véspera do Meio de Verão é tido como um momento sagrado para fins de prever o futuro em água, uma bacia enchida com água de poço é ideal para a pratica de vidência do praticante para saber com quem vai ser casar, as formas populares de mandingas e sortilégios encontrados no dia de São João nas Festas Juninas são emanentes das praticas mágicos do verão, onde os camponeses adquirindo a nova fé católica praticava em segredo esses encantos que eram heranças das praticas de bruxaria do velho mundo.
Abaixo foi tirado do livro County Folk-Lore Volume I (1892), uma pratica popular para prever o futuro amor.
SEMENTES DE CÂNHAMO PARA DIVINAÇÃO
"Espalhando Semente de Cânhamo. - Se uma jovem fosse ao redor do cemitério na véspera do Solstício de Verão, à meia-noite, espalhando sementes de cânhamo, quando o relógio batesse meia-noite, e repetindo essas palavras -
'Semente de cânhamo, semente de cânhamo, aqui eu semeio,
Deixe meu verdadeiro amor vir atrás de mim e ceifar, '
se ela fosse se casar, ela ouviria seu futuro marido ceifando atrás dela.
Uma senhora de setenta e dois anos afirma que sua avó lhe disse que ela (a avó) espalhou sementes de cânhamo no cemitério quando era menina na véspera do solstício de verão e que sentiu a foice do amante tão perto de seus calcanhares que ela estava com medo de que seus pés fossem cortados "
Água tocada pelos raios solares recebem uma influência mágica para a cura do corpo e espirito, sendo local para banhos como um lago, um rio ou uma cachoeira; a purificação é dada quando é mergulhado nesses locais aquáticos onde o brilho do sol é visto no reflexo na água; Uma pequena grinalda de carvalho pode ser usado para atrair a boa sorte, boa saúde e purificação no momento do banho mágico. O mesmo efeito pode acontecer quando é banhado com orvalho dos primeiros momentos do nascer do sol na manhã do solstício de verão, espalhando em seu rosto e conjurando a beleza necessária do corpo e do espírito.
Assim como as Noites Espirituais que encontramos aqui no Brasil como o Solstício de Inverno, Véspera de Maio, e a Noite de Beltane são noites que o Povo Pequeno tem poder e as bruxas tornam-se poderosas. Podemos entender que o Povo das Fadas podem assumir afeições peculiares acerca de encontros e ligações com os humanos, hoje em dia muitos são feitos ritos para aproximação desses espíritos, mas ainda muitos temem através da fé das fadas como o Povo Bom sendo bem maliciosos, trazendo infortúnios para a família, arruinando plantações e causando "assombração" levando o humano para o fim.
A visão moderna desses espíritos é tratado acerca das histórias de contos de fadas, que retrata seres como bons caminhantes, realizadores de sonhos e companheiros para a vida; o entendimento dessas criaturas vai além da mente humana como apenas uma raça benéfica e útil em ligações amigáveis e troca de favores e saberes. Fisicalidade desses espíritos podemos entender bem a particularidade que eles encontram em sua área limiar, um lago, riacho, nascente até mesmo uma cachoeira ira comportar a essência física do lugar construindo a sua aparência humanoide e muitas vezes contendo características especiais, como coloração da pele, metade animais, coberto de penas e pelos, caudas de peixe e até mesmo sendo maiores que humanos. O Povo das Fadas das terras brasileiras são bem particulares acerca de sua sabedoria, o povo das águas, o povo das matas, o povo do céu e o povo da terra cada um com a sua forma e interação com as bruxas e gente astutas.
O Povo Encantado mora nos lugares selvagens da mata, locais intocados pelas mãos da Raça de Adão os lugares considerados Rotas de Fadas, os caminhos que flui a Serpente Vermelha; também locais onde a Velha árvore faz a sua morada.
O Rei das bruxas está em seu auge iluminado, trazendo a sua força para quem compartilha de seus desejos e poder dentro de sua Encruzilhada aqui o Velho Bode em sua face branca, a face iluminada, clara e que reina sobre a natureza viva, verde e fértil dará as bruxas as bençãos necessárias para seguir o próximo ano e aos meses que virá a escuridão. Pois a partir desse dia o sol estará caminhado para oeste, a morada do fim.
O Deus-Feiticeiro é honrado na Véspera do dia do Meio de Verão, com o forcado enfeitado com ervas e plantas da estação fincado dentro da bussola diante do caminho do norte a morado do fogo e ali é acendido uma velha branca entre os chifres simbolizando a chama bruxa que arde no espírito do devoto do Diabo. Para a realização de um pequeno rito para alinhar com as forças da véspera é feito espontâneo com danças e canos em volta da fogueira, o elemento central da Noite Sabática regado de vinho e muita alegria. A queima da erva de São João sendo o principal símbolo dessa data é feito através de um pequeno feixe jogado na fogueira dizendo palavras de adoração ao sol e as suas forças mágicas, e um novo feixe de erva de São João é fabricado e abençoado no fogo para que possa ser levado para casa e levar junto as forças e influências mágica do Sabá e poderá ser queimado e substituído no próximo solstício de Verão.
Fontes:
Traditional Witchcraft: A Cornish Book of Ways - Gemma Gary
Besom, Stang & Sword: A Guide to Traditional Witchcraft, the Six-Fold Path & the Hidden Landscape - Christopher Orapello, Tara-Love Maguire
Treading the Mill: Workings in Traditional Witchcraft - Nigel Pearson
The Roebuck in the Thicket: An Anthology of the Robert Cochrane Witchcraft Tradition - Robert Cochrane, Evan John Jones
The Folklore of American Holidays, de Hennig Cohen, Tristram Potter Coffin
http://www.viahedera.com/2019/06/a-folkloric-solstice-and-midsummers-eve.html
A Arte dos Indomados - Nicholaj de Mattos Frisvold
Forbidden Mysteries of Faery Witchcraft - Storm Faerywolf
Liber Nox: A Traditional Witch's Gramarye - Michael Howard
Children of Cain: A Study of Modern Traditional Witches - Michael Howard
Fairy and folk tales of the Irish peasantry - William Butler Yeats
Treasury of Irish Myth, Legend & Folklore - William Butler Yeats
Comments